PM exonera policiais envolvidos na execução de foragido da Justiça em Ourinhos
06/06/2022 - Subtenente e cabo chegaram ser presos após matarem o homem de 26 anos que estava rendido
Os dois policiais militares envolvidos na execução de um homem em setembro do ano passado em Ourinhos (SP) foram expulsos da corporação. A determinação foi divulgada no Diário Oficial do Estado na semana passada, dia 31 de maio.
Então procurado pela Justiça, Murilo Henrique Junqueira foi morto a tiros durante uma abordagem realizada pelo subtenente Alexandre David Zanete e o cabo João Paulo Herrara. A ação foi flagrada por uma câmera de segurança.
As imagens registraram quando os dois policiais viram a vítima em um matagal. Murilo se entregou com as mãos para cima, sem esboçar qualquer resistência. Mesmo assim, foi morto a tiros por Alexandre.
Em seguida, os dois policiais fizeram disparos para o alto, provavelmente para simular um tiroteio. A dupla chegou a ser presa durante a fase de inquérito, mas acabou solta por decisões judiciais.
Apenas Alexandre acabou denunciado pelo Ministério Público por homicídio qualificado e deve ser submetido ao tribunal do Júri. Em março, promotoria e defesa apresentaram suas alegações finais.
Prisão revogada
Em março, a Justiça determinou a revogação da prisão preventiva do subtenente Alexandre David Zanete. Na decisão, o magistrado destaca ter concedido a liberdade provisória por conta da instrução processual já estar encerrada e pelo fato de o policial militar ser primário e portador de bons antecedentes criminais.
A Justiça também determinou ao policial algumas condições durante o período de liberdade provisória, como obrigação de comparecimento mensal em juízo, proibição de manter contato com todas as pessoas ouvidas como testemunhas, e a determinação de que ele não pode se ausentar da comarca de Ourinhos sem autorização judicial.
O outro policial envolvido no crime, o cabo João Paulo Herrera de Campos, que também estava preso, teve a liberdade concedida pela Justiça, que entendeu não ser mais necessário mantê-lo em reclusão.
O Ministério Público não apontou o cabo como investigado pelo homicídio, apesar de eventual responsabilidade por fraude processual, suspeito de alterar a cena do crime.
Flagrante do crime
Imagens mostram o momento em que os dois policiais militares executaram o foragido da Justiça por tentativa de homicídio. No vídeo, é possível ver o momento em que Murilo está próximo de uma casa com as mãos na cabeça.
Ele anda um pouco, quando é baleado com o primeiro tiro efetuado por um dos policiais e cai no chão. Na sequência, o PM efetua o segundo disparo.
Ainda na imagem é possível ver quando o policial se aproxima do homem, abaixa e efetua o terceiro disparo. O jovem fica agonizando no chão enquanto o outro policial dá um tiro para o alto.
Uma arma foi apresentada na ocorrência pelos policiais, que teria sido usada pelo foragido antes das cenas gravadas pela câmera de monitoramento de uma casa.
No plantão, os PMs disseram que agiram em legítima defesa, reagindo a uma ação do criminoso. Mas a análise do vídeo feita pela DIG apontou que não houve confronto.
Fonte: G1