Acusado de espancar jovem que perdeu parte da visão após agressões é absolvido em Garça
28/04/2022 - Júri de um dos envolvidos no espancamento foi realizado nesta quarta-feira (27), no Fórum de Garça
Um dos suspeitos de espancar um jovem no dia 9 de maio do ano passado, em Garça (SP), foi absolvido de todas as acusações durante o julgamento, realizado nesta quarta-feira (27). O Tribunal do Júri foi realizado no Fórum da cidade.
Breno Nunes de Souza, de 18 anos, estava preso preventivamente no Centro de Ressocialização de Lins (SP) por tentativa de homicídio triplamente qualificado e também por corrupção de menor. Ele é um dos homens que aparece nas imagens da câmera de segurança cometendo o crime.
Breno, segundo a defesa, tentou impedir que a agressão continuasse quando Narciso dos Santos Neto, de 24 anos, caiu no chão.
Os outros dois homens identificados que aparecem nas imagens estão presos no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Bauru (SP). O julgamento deles ainda não foi marcado. Outro adolescente que também teria participado da agressão já foi liberado.
Na época, a vítima ficou internada na UTI depois de ser atingida por vários golpes na cabeça. Narciso chegou a ficar 20 dias no Hospital das Clínicas de Marília (SP), perdeu 20% da visão do olho esquerdo e tem dificuldades motoras, segundo informações de familiares.
Relembre o caso
O crime aconteceu na madrugada do dia 9 de maio de 2021, em uma rua de Garça. Câmeras de segurança flagraram o momento em que o jovem foi agredido por vários homens, levando golpes e chutes na cabeça, até mesmo depois de estar desacordado ao lado da guia da calçada.
Segundo a família de Narciso, as agressões começaram depois que a vítima reclamou que os motociclistas estariam fazendo manobras perigosas e empinando as motos em sua direção na calçada.
Após as investigações do caso, a Polícia Civil indiciou quatro homens envolvidos na agressão e realizou uma operação no dia 15 de maio de 2021 para prender três deles. No entanto, não foi possível encontrar ninguém e os três suspeitos passaram a ser considerados foragidos da Justiça.
Dois dias depois da operação, dois primos, de 19 e 21 anos, que fazem parte do grupo envolvido no espancamento, se entregaram na delegacia e foram presos. No dia seguinte, o terceiro suspeito, de 18 anos, também se apresentou e foi detido.
O menor foi apreendido dez dias depois do crime e chegou a ser encaminhado para a Fundação Casa de Marília, mas depois foi liberado. Segundo a Polícia Civil, um quinto homem que aparece nas imagens apenas tentou separar a briga e não agrediu a vítima, por isso não foi indiciado.
Investigação
Logo no início das investigações, um dia após a agressão, dois primos envolvidos na agressão chegaram a se apresentar na delegacia com um advogado e confessaram o crime. No entanto, eles respondiam ao processo em liberdade por se tratar apenas de um inquérito de lesão corporal.
Porém, o inquérito foi modificado diante do agravamento do estado de saúde da vítima enquanto estava internada.
De acordo com a polícia, no depoimento, os suspeitos confirmaram que estavam fazendo manobras arriscadas em motos e que realmente houve um desentendimento entre eles e Narciso, porque ele reclamou, e acrescentaram que partiram para a agressão depois de verem que a vítima estava com um canivete, mas a versão não foi confirmada.
À época, a defesa da dupla presa inicialmente disse que, apesar de confessarem o crime, os dois primos não queriam matar, apenas ferir Narciso.
Fonte: G1