Câmara manifesta pesar pelo falecimento de Carlos Azoia
06/07/2021 - Ex-prefeito faleceu no último dia 18 de junho, vítima de complicações da Covid-19.
Na Sessão Ordinária de segunda-feira (5), a Câmara de Vereadores aprovou moção de autoria do vereador Ricardo Rio, que manifesta pesar pelo falecimento do Sr. Carlos Pereira Azoia, ocorrido em 18 de junho de 2021.
Carlos Pereira Azoia nasceu em 29 de junho de 1949, em Gardênia, filho da Sra. Maria Viana Azoia e do Sr. Manoel Pereira Azoia; pai de 8 filhos: Carlos, Cláudio, Ana Cláudia, Ivan, Victor, Eduardo, Luan David e Katyllen. Sua família já trabalhava com serraria quando se mudou para Paraguaçu Paulista no meio da década dos anos 50; o menino Carlos tinha seis anos de idade.
Aqui foi matriculado na Escola Coronel Antônio Nogueira (Grupão) e, mais tarde, estudou no CENE – Escola Estadual “Diva Figueiredo da Silveira”. Carlos dizia que se lembrar da infância significava recordar uma fase boa de sua vida, recordar as brincadeiras com os amigos; foram tempos maravilhosos que ficaram para sempre gravados em sua memória.
Já sua juventude foi marcada pelo trabalho na serraria de seu pai. Nos momentos de lazer, ele frequentava os bailinhos da cidade, pois a dança e o esporte eram duas grandes paixões de sua vida.
Carlos Azoia entrou então na política na década de 80; um grupo de amigos e empresários o convenceu a entrar na política e a convenção do partido em 1988 lançou a dupla Dr. Wilson Rodrigues e Carlos Azoia: dois nomes novos na política paraguaçuense.
Os concorrentes seriam Professor Adauto Elias Moreira e João Grillo; Carlos Arruda Garms e Élio Marson. No meio da campanha, o promotor de justiça Dr. Wilson Rodrigues, por motivo pessoal, desistiu de sua candidatura e o diretório do PMDB reunido, decidiu passar Carlos Azoia para disputar o cargo de prefeito, lançando o saudoso Edson Farias de Novaes, ao cargo de vice.
Naquele ano, o resultado das eleições foi o seguinte: Arruda: 7.430 votos; Azoia: 5.532 e Adauto: 737. A convenção do partido, em 1992, novamente indica o nome de Carlos Pereira Azoia para concorrer ao cargo de prefeito, em dobradinha com o médico Edivaldo Hasegawa; enfrentou os candidatos do prefeito Arruda, Élio Marson e Pardal: na época Marson era vice-prefeito.
Até quinze dias antes da eleição as pesquisas davam a vitória com folga à dupla Marson e Pardal. Nas últimas duas semanas, o cenário político foi se modificando e, na véspera das eleições as pesquisas ficaram indefinidas: qualquer dos candidatos poderia vencer o pleito. Quando foram abertas as urnas, o resultado revelou o aperto da disputa: Azoia e Edivaldo: 8.858 votos; Marson e Pardal: 7.743; brancos: 552 e nulos: 676.
Assim, no dia 1º de janeiro de 1992, o jovem empresário Carlos Pereira Azoia tomou posse como prefeito de Paraguaçu Paulista e, em seu discurso na Câmara Municipal, prometeu muita luta e trabalho e uma administração transparente. Para surpresa da população, no primeiro ano de seu mandato doou todo o seu salário para as entidades de caridades; esse gesto sensibilizou a população paraguaçuense.
Carlos, em sua administração, deu uma atenção especial para Saúde e Educação; deu ênfase ao Esporte, que era a menina de seus olhos: Azoia sempre foi um esportista e, por várias vezes, ajudou com dinheiro de seu bolso a manter o Esporte Clube Paraguaçuense.
Algumas conquistas de sua administração: a reforma completa do matadouro; o seu esforço e a criação do JUC – Juizado Informal de Conciliação; a ampliação do sistema de capacitação de água, para abastecimento da cidade; construção da creche do bairro Murilo Macedo; aquisição de vários veículos para compor a frota do município: só para a saúde conseguiu quatro ambulâncias em sua administração.
Azoia deu atenção especial para a zona rural: recuperou a estrada do balneário; mantinha uma equipe de recape para tapa-buracos na cidade. Em sua administração incentivou a exposição agropecuária de Paraguaçu Paulista e, na IX Exposição, trouxe para abertura do evento a caravana de Gugu Liberato, quando, a seu pedido, os portões foram abertos para a população.
Em sua administração concedeu um dos maiores aumentos na história do funcionalismo municipal. A Primeira-Dama Vera Azoia, respondia pela parte social da prefeitura. Uma pessoa simples que sempre foi estimada por todos e estava ganhando destaque dentro da área social; graças a seu trabalho já havia conseguido junto ao Fundo Social do Estado vários benefícios para Paraguaçu. Ela adorava trabalhar na área social, que era uma forma de ajudar o próximo. Em abril de 1995 ela precisou passar por uma cirurgia em São Paulo. Foi internada no Instituto da Mulher, para fazer uma cirurgia que teve complicações e resultou no seu falecimento no dia 22 de abril, deixando a cidade toda de luto.
Em 2008 concorreu ao cargo de prefeito disputando com Carlos Arruda Garms e professor Valdir Marcelo da Silveira e obteve 3.000 votos. Carlos Pereira Azoia trabalhava na administração de suas empresas, mas não esquecia a política e, dizia que se sua saúde estivesse melhor e se surgissem novas oportunidades, ele pensava em disputar novamente uma eleição, já que a política sendo bem-feita é um meio de ajudar o semelhante.
“Azoia dizia ser um homem realizado, abençoado por Deus, que militou na política e nunca guardou mágoa de ninguém, pois para ele a política é como o esporte, acabou o jogo, são todos amigos. Admirava o Dr. Edivaldo Hasegawa, segundo ele, um grande ser humano, de um enorme coração. Amava Paraguaçu Paulista de todo coração e se tivesse que nascer de novo, certamente gostaria de nascer aqui. Seu nome estará marcado para sempre na história de nosso município pelo seu trabalho, empenho e amor com todos que estiveram ao seu lado. Essa Casa Legislativa não poderia deixar de prestar essa singela homenagem póstuma a este homem do qual temos muito apreço, apresentando publicamente sentimentos de pesar aos familiares, se solidarizando nesta hora de dor”, disse o autor Ricardo Rio.
Fonte: Leonardo Volcean/ Assessoria de Imprensa da Câmara/ Foto: TV Paraguaçu/Arquivo