Imagens de aglomeração próximo a Santa Casa deixam paraguaçuense indignada: 'Vamos respeitar a vida'
24/05/2021 - “Falta vacina, falta estrutura pra tantos doentes, falta clareza, falta recursos, falta muita coisa
A empresária paraguaçuense Ana Carolina Pinheiro se deparou com um vídeo em suas redes sociais neste domingo (24) mostrando diversas pessoas aglomeradas em uma comemoração de jogo de futebol na Av. Paraguaçu, bem próximo a Santa Casa.
No vídeo, que circulou em grupos de WhatsApp, é possível ver várias pessoas sem máscara, aglomeradas na principal avenida da cidade, algumas empinando motos, em clima de festa e comemoração.
As imagens causaram uma indignação na paraguaçuense, justamente pelo momento atual de pandemia e porque a ‘reunião festiva’ ocorreu a uma quadra do hospital da cidade, onde muitas pessoas lutam pela vida na batalha contra a Covid-19.
Confira o relato:
“Essa aglomeração aconteceu ontem, domingo, após final de campeonato. Muitas pessoas fora de seus carros, juntas, sem máscara. Pessoas fazendo barulho, zerinho, empinando com suas motos. A menos de 100m de distância um hospital cheio, com profissionais exaustos que não sabem mais o que fazer. Pessoas morrendo, familiares chorando, ausência de ar, pulmões parando, corações parando, o corpo parando, a vida parando. Mas as pessoas? Essas não param. Essas continuam se amontoando para comemorar não sabemos o que. Não são 100m que separaram a "vida normal" de pessoas morrendo, o que separa é a ausência de empatia, compaixão, respeito. Não faz sentido viver sua vida normalmente, ignorar a morte que está nos rondando. Se você é fraco e não consegue enfrentar a realidade, saiba, que não é fácil mesmo. É desesperador. Dá vontade de chorar, sumir, gritar. Mas a única forma que existe agora é ser realista: precisamos rever os comportamentos. Não está tudo bem. Quando pessoas da nossa sociedade morrem por um vírus que circula através de nós, todos temos responsabilidade. Quando profissionais da saúde não sabem mais o que fazer para nos salvar, todos nós temos responsabilidade.
O vírus existe, está aí, matando, independente de idade, classe social, dinheiro em conta, cor, sexo. E, no momento, não há nada mais urgente do que rever nossos comportamentos e falar "não" aos convites, aos encontros, às aglomerações. Falta vacina, falta estrutura pra tantos doentes, falta clareza, falta recursos, falta muita coisa, mas existe uma, que é a que mais está matando: a falta de respeito. Vamos respeitar a vida! Os 100 metros que separam essa baderna e o hospital lotado, certamente vão se encurtar, e muitos que ontem estavam no lado de fora sorrindo, podem ir para o lado de dentro. Se cuidem, se respeitem! E esperamos a fiscalização desse tipo de comportamento”.