Justiça aceita recurso do MP e polícia prende dentista que causou morte de psicóloga em Assis
19/05/2021 - Motorista de 24 anos chegou a ser preso e flagrante mas foi liberado sob fiança.
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) aceitou o recurso do Ministério Público e determinou, nesta terça-feira (18), a prisão preventiva de Murilo Almeida Machado, de 24 anos, acusado de homicídio doloso pelo acidente que matou a psicóloga Maria Flavia Camoleze em Assis (SP).
O acidente aconteceu na madrugada do dia 1º de maio e, segundo as investigações, Murilo estava embriagado e participava de um racha por quase 1 km antes de perder o controle do carro e bater em uma clínica dentária em uma praça da Avenida Rui Barbosa. Maria Flávia estava no banco de passageiro do veículo.
De acordo com a decisão da Justiça, que expediu o mandado de prisão contra Murilo, "a liberdade do réu consiste em considerável incremento para graves crimes de trânsito, tais como as disputas ilegais denominadas 'racha', de modo que, ao deixar de decretar a prisão preventiva do agente, o Magistrado o eximiu da sua responsabilização pelo resultado morte da passageira".
O réu foi denunciado como incurso no artigo 121, §2º, inciso IV do Código Penal, no artigo 306, §1°, inciso I c.c.artigo 308, caput, ambos da Lei n° 9.503/97.
Depois da decisão, o mandado de prisão foi emitido pelo cartório e chegou à Polícia Civil por volta das 15h30. Policiais civis e militares foram até Cândido Mota (SP), onde o dentista mora, e cumpriram o mandado de prisão preventiva.
Ele foi levado à Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Assis e, depois, será encaminhado à cadeia de Lutécia.
Murilo foi indiciado por homicídio doloso, embriaguez ao volante e disputa não autorizada no trânsito. O outro motorista envolvido na disputa de racha também foi ouvido pela polícia e indiciado por disputa não autorizada no trânsito e omissão de socorro.
O adolescente que estava com ele no carro também será investigado pelo ato infracional de omissão de socorro, mas o juiz decretou algumas medidas cautelares, e os dois não foram detidos.
Antes disso, quando a Polícia Civil concluiu o inquérito, o delegado indiciou Murilo por homicídio doloso, por ter assumido o risco de matar, e pediu a prisão do dentista, mas o TJ negou, determinando, no lugar, uma série de medidas cautelares contra ele.
No dia, o pai da psicóloga, que é advogado, disse em entrevista ao G1 que a decisão da Justiça de não prender o rapaz dava margem para que outros casos como esse acontecessem na sociedade.
Depois do acidente, Murilo chegou a ser preso em flagrante por apresentar sinais de embriaguez, mas foi liberado após pagamento de fiança no valor de R$7,7 mil.
Imagens de circuito de segurança mostram o dentista em um bar antes da batida e, segundo a polícia, Murilo ingeriu bebida alcoólica em três estabelecimentos antes de dirigir.
Fonte: G1