Manifestação em prol de Mari Ferrer será realizada domingo em Paraguaçu Paulista
06/11/2020 - Com o slogan “Mexeu com uma, mexeu com todas”, ideia é protestar contra o tão falado estupro culposo
Acontece neste domingo, dia 8, em Paraguaçu Paulista uma manifestação em apoio a Mariana Ferrer, promoter de 23 anos, de Santa Catarina, que foi vitima de estupro durante uma festa em 2018. O caso ganhou repercussão nacional nesta semana após serem divulgadas imagens do julgamento do empresário André de Camargo Aranha, acusado de estuprar a jovem, ocorrido em setembro. Ele foi considerado inocente.
Segundo o promotor responsável pelo caso, não havia como o empresário saber, durante o ato sexual, que a jovem não estava em condições de consentir a relação, não existindo, portanto, intenção de estuprar – ou seja, uma espécie de ‘estupro culposo’. O juiz aceitou a argumentação.
As imagens mostraram a vítima sendo humilhada pelo advogado de defesa do réu durante o julgamento.
O caso provocou grande comoção nacional e gerou uma revolta principalmente em instituições ligadas a movimentos feministas, que exigem que as mulheres tenham respeitados os seus direitos.
Em Paraguaçu Paulista, o manifesto está sendo organizado pela Talitha Moya e acontecerá na esquina da praça da Matriz, a partir das 15h. Segundo ela, o protesto tem como finalidade repudiar o tratamento destinado a mulheres vitimas de estupro no Brasil.
“Infelizmente essa situação que a Mariana Ferrer sofreu feriu a alma de toda a mulher que assistiu aquilo ali e se colocou no lugar dela”, ressaltou Talitha Moya.
Ainda de acordo com a organizadora do protesto, essa é uma forma de unir as mulheres de Paraguaçu. “Foi um gatilho imenso para quem já passou por aquilo e muitas passam, aquilo que aconteceu com a Mariana Ferrer é uma situação comum e a gente tem que unir as mulheres de Paraguaçu, eu sinto essa necessidade, às vezes a gente quer mudar o mundo, mas eu acredito que tem que fazer aqui, por nós, eu sinto falta dessa mobilização feminina aqui”, destacou.
Os participantes são orientados a comparecer munidos de roupas pretas, levando cartazes e faixas. Além disso, por conta da Covid-19, a orientação é usar máscaras, manter o distanciamento, levar seu álcool gel e não compartilhar objetos.
“Vamos nos mobilizar para chamar a atenção para os direitos das mulheres sobre os direitos de ter o respeito ao seu corpo, a sua existência, aos seus limites”, finalizou Talitha.