Adolescente que desapareceu em 2023 é encontrada morta e enterrada em sítio no interior de SP
29/08/2024 - Corpo da jovem, de 16 anos, foi encontrado enterrado em um sítio em Nova Granada.
O corpo da adolescente Giovana Pereira Caetano de Almeida, que foi dada como desaparecida em dezembro de 2023, quando tinha 16 anos, foi encontrado enterrado em um sítio em Nova Granada, no interior de São Paulo, nesta terça-feira (27).
Segundo a polícia, o dono do imóvel, o empresário Gleison Luís Menegildo, e o caseiro Cleber Danilo Partezani foram presos após admitirem à polícia terem ocultado o corpo. Os dois, no entanto, foram soltos após pagamento de fiança.
De acordo com a Polícia Militar, uma denúncia informou que um corpo foi enterrado numa propriedade rural. Os policiais foram até o local e abordaram o caseiro, que confirmou a informação sobre o corpo e levou os policiais até o ponto onde ele foi deixado.
Ao encontrar a ossada, os policiais foram atrás do dono da propriedade, que é empresário em São José do Rio Preto (SP). Gleison Luís Menegildo foi encontrado na empresa e, ao ser questionado e informado sobre o corpo, negou envolvimento inicialmente. Em seguida, confessou que levou o corpo até o sítio em 21 de dezembro de 2023 com a ajuda do caseiro Cleber Danilo Partezani.
Relação sexual e consumo de cocaína
Segundo Menegildo, Giovana, que também era de São José do Rio Preto , foi até a empresa dele para uma entrevista de estágio. Em determinado momento, de acordo com o suspeito, eles passaram a consumir cocaína. O empresário e o caseiro afirmaram à polícia que tiveram relações sexuais com a vítima.
Ainda segundo a versão dada pelos suspeitos à polícia, após a adolescente ficar sozinha numa sala, ela teria tido um mal súbito e eles a teriam encontrado já morta. Os dois, então, teriam colocado o corpo numa caminhonete e levado-o até o sítio para enterrá-lo.
Após os dois terem falado com a polícia e dado sua versão, por meio de nota, a defesa deles negou que tenha havido relação sexual com a garota. Também negou que eles a tenham matado e informou que o "laudo necroscópico irá confirmar que ela morreu de overdose". A defesa não comentou sobre a ocultação do corpo.
Armas apreendidas com suspeitos
O dono da empresa informou não saber a identificação da vítima inicialmente. No entanto, com a ajuda dos funcionários, ele encontrou um documento semelhante a um currículo que continha os dados da adolescente.
Duas armas foram apreendidas junto com os suspeitos. O dono da empresa e o caseiro foram presos em flagrante por ocultação de cadáver e posse ilegal de arma de fogo.
Em entrevista, o investigador Ericson Salles explicou que, em depoimento, Gleison disse que havia tido pouco contato com a vítima e relatou que tudo começou por meio de um aplicativo de relacionamento, há mais de um ano.
"O empresário informou que, há 15 meses, ele conheceu a garota em um aplicativo de relacionamento e teria saído com ela naquela época. Cerca de sete meses depois, no fim do ano, a jovem teria pedido um emprego para ele. Por isso, ele falou: 'traga seu currículo aqui que nós vamos analisar'. E foi aí que teve um novo encontro com ela, na empresa dele, em São José do Rio Preto", explica o investigador.
Ainda de acordo com o relato do empresário à polícia, após a entrevista de estágio, a adolescente começou a fazer uso de droga. Pouco tempo depois, ele saiu para comprar bebida e, quando retornou, foi surpreendido por outra situação.
"Ele disse que ela chegou, eles conversaram e, em um dado momento, ela usou um cigarro de maconha. Após isso, ele teria saído para buscar uma cerveja e, quando retornou, viu um funcionário em beijos e abraços com ela. Em um dado momento, esse funcionário disse que viu ela passando mal após usar cocaína que estaria na mesa, em um recipiente de remédio. Após isso, ele [empresário] disse que tentou fazer os primeiros socorros e, como estava em desespero, ele acabou colocando ela na caminhonete e vindo para os outros locais", continua o investigador.
Gleison e Cleber foram presos em flagrante logo após o corpo ser encontrado e, segundo a Polícia Civil, eles confessaram que o haviam enterrado. Como a pena é inferior a quatro anos, foi definida uma fiança para que os dois fossem soltos. A do empresário foi de R$ 15 mil e a do caseiro de R$ 7 mil.
'Ato de desespero'
O empresário também disse à polícia que enterrou a vítima em um ato de desespero. Inicialmente, ele pensou em jogar o corpo em um rio, mas, depois, mudou de ideia.
"O empresário disse que, em um primeiro momento, em um ato de desespero, ele teria colocado o corpo dela na caminhonete e ido até o distrito de Macaúba, em Mirassolândia (SP). Ele ia colocar o corpo em um rio que existe na região, mas resolveu depois vir até Nova Granada, na propriedade rural dele, que é arrendada há dois anos. Pediu para o caseiro providenciar uma vala, pois ele teria algo para enterrar. Foi onde depositou o corpo lá e o caseiro fechou com a terra, e por lá permaneceu o corpo", finalizou o investigador.
Fonte: G1