Ex-policial militar oferecia doces em troca de carícias sexuais a meninas carentes em Garça
13/06/2019 - Seis adolescentes da cidade prestaram depoimento na Polícia Civil.
O ex-policial militar Paulo Sérgio de Andrade Lopes, preso suspeito de oferecer doces a adolescentes para abusar delas, "mirava" em meninas de baixa renda, segundo investigações da Polícia Civil.
Ele foi preso nesta quarta-feira (12) após ter a prisão preventiva decretada pela Justiça. O homem foi encaminhado para a Central de Polícia Judiciária de Marília e será levado para a cadeia de São Pedro do Turvo (SP).
De acordo com a delegada Darlene Rocha Costa, meninas entre 13 e 16 anos que viviam na periferia de Garça eram o perfil das vítimas. Como era comerciante, aproveita o local para atrair as adolescentes.
"Ele se aproveitava da vulnerabilidade social das vítimas para cometer esses crimes. As carícias eram propostas em troca de produtos da loja de conveniência, álcool, drogas e até dinheiro", afirma.
Segundo a delegada, uma das adolescentes contou que ganhava R$ 15 para levasse uma amiga que também aceitasse as carícias ou exibir os seios para serem filmados.
As adolescentes prestaram depoimento e alegaram que estavam sendo ameaçadas.
“Duas das adolescentes que foram vítimas do ex-PM relataram tudo após a prisão. Elas diziam estar sendo ameaçadas de morte e não queriam falar. Já outras quatro que também acreditamos terem sido vítimas não dizem nada, se mantiveram caladas a todo momento. Ainda acredito que o número de vítimas seja maior”, descreveu.
DENÚNCIA
A primeira denúncia chegou ao Conselho Tutelar através da tia de uma das adolescentes. O caso foi encaminhado para a Polícia Civil, que deu início às investigações e instaurou inquérito.
Outro detalhe que chamou atenção da delegada durante os depoimentos é que, segundo uma das adolescentes, ele trocava sempre de celular e de chip.
“A menina disse ele usava os aparelhos para filmar as meninas com os seios de fora, dançando para ele, enquanto ele se masturbava e registrava. Mas dizia que apagava tudo com um programa não deixava rastro”.
Outra forma de agir que já era habitual do suspeito foi criar uma rede de contato com essas meninas.
Em troca de dinheiro, ele pedia que levassem outras amigas que também aceitasse a troca de carícias com pagamento em dinheiro, produtos da loja, bebida ou até drogas. Por isso, o inquérito seguiu a linha de favorecimento à prostituição.
Em nota, a PM informou que Paulo Sérgio de Andrade Lopes era sargento em Álvaro de Carvalho (SP), ingressou na instituição em 1991, mas foi exonerado em 2015.
Fonte: G1/ Foto: Polícia Civil/Divulgação