Número de presos aprovados no Enem aumenta 34% nos presídios da região de Bauru
01/02/2024 - Em todo o estado foram mais de 21 mil inscritos no exame para pessoas privadas de liberdade.
O número de aprovados na edição 2023 do Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade (Enem PPL) na região de Bauru cresceu 34% em relação ao Enem de 2022.
Na última edição, foram 240 presos aprovados, 61 candidatos a mais que os aprovados em 2022, quando 179 conseguiram a aprovação. A edição de 2023 também registrou um aumento de 18% no número de inscritos na região.
Em todo o Estado, 1.566 foram aprovados no exame, que, assim como o Enem comum, possibilita a entrada no ensino superior por meio de iniciativas como o Sisu (Sistema de Seleção Unificada), no qual é possível disputar vagas em universidades públicas e no Prouni (Programa Universidade para Todos), para concorrer a bolsas integrais ou parciais em universidades particulares.
A aprovação ocorre a partir dos seguintes critérios: nota final acima de 450 pontos e não zerar na redação. Essas condições são os critérios mínimos adotados pelo Sisu, Prouni e Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para a inscrição na disputa por vagas no Ensino Superior.
Ter a oportunidade de concluir graduação em nível superior é o sonho de muitos brasileiros e não é diferente para os presos, que veem nessa oportunidade uma chance de se qualificar e ter mais possibilidades de ingressar no mercado de trabalho após cumprirem a pena.
“Cultivo meu sonho de me formar em computação e de trabalhar na área que eu gosto. Pretendo também aprender inglês para que mais portas se abram na minha vida profissional”, conta um dos aprovados.
Incluso no Centro de Progressão Penitenciária (CPP) “Prof. Noé Azevedo” de Bauru desde o ano passado, ele afirma que sua expectativa é conseguir uma vaga no ensino superior e, quem sabe, depois de formado, ter uma oportunidade de trabalhar no exterior.
Enem PPL
A avaliação de desempenho tem a mesma dificuldade da aplicada aos estudantes do ensino regular fora dos presídios. O exame foca nos encarcerados que concluíram o ensino médio e é composto por quatro provas, que juntas somam 180 questões, e uma redação em língua portuguesa.
A realização é do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e, além de auxiliar para a chegada à universidade, também colabora para a análise da educação como um todo.
Para o diretor do Grupo Regional de Ações de Trabalho e Educação (Grate) da Coordenadoria da Região Noroeste (CRN), Janser Gonçalves, a Educação é um dos pilares para a reintegração social dos custodiados da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP):
“Ela [educação] auxilia na transformação e no resgate social da pessoa privada de liberdade, preparando esses indivíduos para o retorno ao seio da sociedade”, explica.
Fonte: G1