Dr. Edivaldo Hasegawa recebe título de Cidadão Paraguaçuense na Câmara Municipal
15/12/2023 - O projeto que originou a homenagem é de autoria do vereador e presidente da Câmara, Paulo Japonês.
A Câmara de Vereadores de Paraguaçu Paulista promoveu na noite de quinta-feira, 14 de dezembro, Sessão Solene para outorga do título de Cidadão Paraguaçuense ao médico Dr. Edivaldo Hasegawa. O projeto que originou a homenagem é de autoria do vereador e presidente da Câmara, Paulo Japonês.
A Mesa Principal da Solenidade esteve formada pela Mesa Diretora da Câmara, pelo diretor jurídico da Prefeitura, Sr. Marcelo Bertho (representando o Prefeito Antian) e pelo homenageado, Dr. Edivaldo. O Plenário do Legislativo Paraguaçuense esteve repleto de familiares e amigos de Hasegawa.
Durante a solenidade, fizeram uso da palavra o presidente da Câmara e autor da homenagem, vereador Paulo Japonês; e o homenageado da noite, Dr. Edivaldo Hasegawa, que emocionou os presentes com o seu discurso, que evidenciou fatos importantes e histórias marcantes da sua vida em nosso município.
O título de Cidadão Paraguçuense ao Dr. Hasegawa foi entregue pelo vereador Paulo Japonês, em nome de todos os vereadores. Ao final da Sessão, a esposa do Dr. Edivaldo, Sra. Maria José, recebeu flores das mãos do vereador Daniel Faustino, em nome da Câmara Municipal.
Dr. Edivaldo Hasegawa e sua história
O Dr. Edivaldo Hasegawa nasceu no dia 3 de outubro de 1936 na cidade de Altinópolis (SP), região de Ribeirão Preto. É filho de Masatoshi Hasegawa e Motu Hasegawa, imigrantes japoneses, pessoas simples e trabalhadoras que se dedicaram à cultura do café. Seus pais trabalharam de sol a sol para dar uma vida digna aos filhos Edivaldo, Maria (in memoriam), Luiz, Zulmira, Elvira e Mário.
Quando ainda muito pequeno, sua família mudou-se para o município de Chavantes e lá, o garoto Edivaldo e seus irmãos, viveram a maior parte da infância. Estudou os três primeiros anos em escolinha rural que ficava distante de sua casa alguns quilômetros; levantava cedo e chegava à escola molhado pelo orvalho. Apesar dos percalços, se destacava no aprendizado, guardando belas recordações da sua primeira professora, Dona Yolanda de Campos.
Posteriormente, foi fazer o secundário em São Paulo e, como aluno, sempre obteve excelente desempenho, alcançando boas notas em todas as matérias. De lá foi para o Rio de Janeiro cursar medicina na Universidade do Brasil, na Praia Vermelha, hoje denominada Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Nesse período, sua família mudou-se para Paraguaçu Paulista, e o jovem idealista continuou estudando no Rio de Janeiro onde, depois de muito esforço e merecimento, recebeu o diploma de Médico em 1961.
Durante três anos fez estágio num hospital carioca e, em março de 1964, pediu alguns dias de folga para visitar a família em Paraguaçu Paulista. Até então, o jovem médico não tinha nenhuma falta em seu serviço, mas justamente no dia em que voltaria para a antiga capital do Brasil, estourou a revolução na madrugada de 1º de abril, que culminou com um golpe militar e a deposição do Presidente da República João Goulart. Foram tempos conturbados e o médico ficou impedido de voltar ao trabalho, pois nenhum ônibus estava autorizado a circular.
Sentindo-se à vontade em Paraguaçu, ele tomou uma decisão que daria novos rumos à sua vida e a de muitos paraguaçuenses: pediu exoneração no hospital do Rio, fincando suas raízes de médico em nossa cidade. No início de sua carreira em nossa cidade, ele recebeu uma proposta para atender em Quatá, onde atuou durante algum tempo; pouco depois, abriu seu consultório em Paraguaçu Paulista, onde fez uma carreira brilhante, principalmente auxiliando os mais necessitados, salvando vidas e amenizando sofrimentos.
Sua prioridade sempre foi o amor à profissão e à vida humana e, nesse contexto, prestou serviços voluntários em favor dos mais necessitados, realizando milhares de atendimentos e cirurgias de forma gratuita.
Jamais colocou interesses econômicos à frente de qualquer ação profissional. Na qualidade de um grande clínico e cirurgião, mesmo podendo ser um médico voltado à classe abastada, servia e continuou servindo a todos que o procuravam, com dinheiro ou sem dinheiro, pois sempre levou consigo a máxima: “estudei em escola pública, por isso tenho como obrigação atender aos mais necessitados e humildes”.
Inúmeras são as histórias de gratidão em relação ao Dr. Edivaldo, como esse depoimento que foi dado ao repórter Paulo James por uma senhora, empregada doméstica que estava com o marido adoentado: “Tenho uma dívida com o Dr. Edivaldo Hasegawa que só Deus para poder pagar. Um dia meu marido rolava na cama de dor no estômago e eu não tinha nenhum tostão em casa. Pedi para o Dr. Edivaldo que desse uma olhada nele e quando ele viu o seu estado, internou-o às pressas, dizendo: ‘O Valdemar precisa ser submetido a uma cirurgia urgente’. Ele foi imediatamente transportado para o hospital, no próprio carro do médico, lá foi operado pelo doutor, que nunca quis receber nem pela consulta”.
Além de amenizar os sofrimentos das pessoas, Dr. Hasegawa, como ficou carinhosamente conhecido em nossa cidade, também proporcionou muitas alegrias às famílias paraguaçuenses, realizando partos e trazendo à vida inúmeras crianças, tratando as gestantes sempre com muito amor, respeito e humanidade. Por causa disso, não sabe dizer quantos compadres ganhou pela vida afora, de quantos afilhados foi padrinho de batismo.
Ser humano dotado de excepcionais qualidades de amor ao próximo e dedicação à vida, angariou ao longo de sua carreira médica enorme carisma na comunidade paraguaçuense, sendo venerado pela classe mais pobre que o apelidou de “o médico dos pobres”.
Na área política, Dr. Edivaldo foi Vice-Prefeito Municipal nos mandatos de 1973/1976, gestão do Prefeito Edson Amaral Distruti, e de 1993/1996, na gestão do Prefeito Carlos Pereira Azoia. Também, ocupou o cargo de Prefeito de Paraguaçu Paulista por dois mandatos, de 1983/1988 e de 2001/2004.
Na sua primeira gestão de Prefeito (1983/1988) diante da sua maneira humilde de governar, acumulando o atendimento clínico no hospital e consultório, e pela administração que fez recebeu o título “A Grande Exceção”, matéria publicada pelo Jornal da Tarde, jornal diário de grande circulação na época.
Ainda, Dr. Edivaldo Hasegawa foi Diretor Regional da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, função que exerceu com muita eficiência, recebendo elogios do então Governador do Estado, Sr. Orestes Quércia.
Fonte: Câmara Municipal