Paraguaçu tem 1.200 notificações e 880 casos positivos de dengue
15/04/2019 - Se não eliminar criadouros do mosquito, veneno contra a dengue não resolve
Conforme dados do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde do Estado, pelo menos 94% dos municípios paulistas já notificaram casos de dengue este ano. Ou seja, das 645 cidades paulistas, em 606 ao menos uma pessoa apresentou os sintomas da doença de janeiro a março.
Em Paraguaçu Paulista, na última atualização feita pelo Departamento de Saúde na sexta-feira, dia 12, havia 1.200 notificações e 880 casos de dengue confirmados. Não há registro de óbito por causa da dengue no município.
No entanto, o número de óbitos tem aumentado no estado. Até 15 de março, tinham sido confirmadas 29 mortes em São Paulo. Na vizinha Tupã, o primeiro óbito foi confirmado na quinta-feira, dia 11. Um idoso de 68 anos, morador do bairro Tabajaras, morreu após ser internado no Hospital São Francisco de Assis. A cidade tem 550 casos positivos e outros 670 em investigação.
A Prefeitura de Paraguaçu Paulista tem utilizado de todas as frentes para controlar o problema no município, porém se não houver a colaboração da população é o mesmo que enxugar gelo. A diretora de Saúde, Cristiane Bonfim, esclareceu que um último recurso tem sido utilizado, que é a aplicação de veneno, mas que isso não resolve e não é o ideal, pelo mal que faz à saúde e ao meio ambiente.
“Foi feita a nebulização em áreas já trabalhadas pelos agentes de saúde e mesmo assim está aparecendo casos positivos de dengue. A área trabalhada é aquela onde o agente já esteve, já eliminou os possíveis criadouros, orientou a população, foi feita a nebulização e, ainda assim, temos casos positivos de dengue. Isso significa que a população não está fazendo a sua parte de cuidar e eliminar os criadouros de dengue”, alertou Cristiane.
Ela acredita que, ao ver a equipe passar com a nebulização em seu bairro, a população espera que não haverá mais caso de dengue por causa do veneno. “E isso não é verdade, pois só o veneno não resolve. Como a palavra diz, é veneno e nós estamos tomando banho de veneno, o que é prejudicial à saúde e ao meio ambiente. A população precisa entender que o veneno é só um complemento do trabalho das equipes de agentes do Departamento de Saúde. Para acabar com a infestação do mosquito, todos têm que colaborar, apenas o veneno não vai acabar com a dengue”, reforçou a diretora Cristiane Bonfim.
Ela destacou também que não é porque acabou o verão, que o clima esfriou um pouco, que vai acabar a tarefa de eliminar os criadouros do mosquito da dengue. “No outono, também temos transmissão da dengue, em número menor, mas temos. Por isso, cada um tem que continuar fazendo sua parte”, finalizou Cristiane.
Com três casos positivos, Conceição se mobiliza para o “Dia D contra a Dengue”
Ao informar o registro de três casos positivos de dengue no distrito de Conceição do Monte Alegre, pode haver uma primeira impressão de que é um número pequeno. No entanto, cientes de que é assim que começa uma epidemia, a população daquele distrito se mobilizou para a realização de um “Dia D Contra a Dengue”.
A ação teve início com uma reunião promovida pela equipe da Unidade Básica de Saúde de Conceição, com os alunos da escola EMEIF Ivony Affini Matheus. De acordo com a enfermeira Tais Cristina de Mattos José, responsável pela UBS de Conceição, na reunião com as crianças e professores da escola, foi obtida a autorização dos pais para que os alunos participassem do “Dia D Contra a Dengue”. Foi aí que entrou a participação da comunidade do distrito também.
“Todos se envolveram: os alunos, professores, funcionários, moradores. Os alunos fizeram cartazes sobre o assunto e fizemos um arrastão de limpeza por Conceição, recolhendo tudo que pudesse servir de criadouro para o mosquito da dengue”, contou a enfermeira Taís.
Ela relatou ainda que a ação resultou em conversas com as crianças e com a comunidade, de forma que pudessem orientar que a prevenção é a única maneira de combate a dengue. “Foi muito positivo o envolvimento de todos de Conceição, principalmente por entenderem que depende de cada um acabar com o mosquito da dengue”, salientou a enfermeira Taís.
O coordenador das ações de controle de vetores do Departamento de Saúde, Josué Campos Sena, também tem feito um trabalho de conscientização junto aos alunos das escolas municipais. Nesta semana passado, por exemplo, o bate-papo foi com os alunos da EMEI Beija-flor.
Fonte: Assessora de Comunicação da Prefeitura de Paraguaçu Paulista