Mês da Mulher: mortes de mulheres paraguaçuenses seguem sem punição a culpados
26/03/2023 - Nair e Sthefani foram assassinadas e os corpos foram encontrados abandonados em matagais da cidade.
Um levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostrou que cerca de 18,6 milhões de mulheres brasileiras foram vitimizadas em 2022, o equivale a um estádio de futebol com capacidade para 50 mil pessoas lotado todos os dias.
Também em 2022, a cada 6 horas, uma mulher foi morta no país. Foram 1,4 mil mulheres vítimas do feminicidio no Brasil, o maior número registrado no país desde que a lei de feminicídio entrou em vigor, em 2015.
Em pleno mês da mulher, quando situações de machismo, desigualdade e impunidade contra crimes de feminicídio e as mais diversas formas de violência ficam em evidência, dois casos de feminicidio registrados em Paraguaçu Paulista/SP merecem atenção, por seguirem sem solução e sem prisão de nenhum culpado.
Um deles é a morte de Nair Pontes, de 50 anos, ocorrido no dia 29 de maio de 2021. Quase dois anos depois, o crime segue sem ninguém ser preso. Na ocasião, Nair foi atropelada por um veículo de grande porte e seu corpo foi encontrado com sinais de violência e sem as vestes na parte de baixo, no final da Rua Tiradentes, próximo ao local conhecido como Pôr do Sol, no Centro de Convergência.
Um suspeito chegou a confessar envolvimento no caso, mas conforme apurado, permanece em liberdade até o momento.
Nair era servidora pública municipal e tinha 5 filhos.
Outro caso, que chocou a cidade e região, foi o de Sthefani Amanda Menezes, de 28 anos, cujo corpo foi encontrado em avançado estado de decomposição em um saco na estrada de acesso ao Rancho Alegre, no dia 16 de fevereiro.
O corpo encontrava-se despido, com as pernas amarradas, já em estágio de putrefação. Sthefani estava desaparecida desde o dia 28 de janeiro de 2023 de sua casa, na Rua Rancharia, na Barra Funda.
Até o momento, mesmo com testemunhas e até câmeras de monitoramento utilizadas na elucidação do crime, ninguém foi preso.
Nos dois casos, as mulheres vitimadas pela violência e feminicidio viviam as margens da sociedade. Nair sofria com o alcoolismo e Sthefani era dependente química, o que não justifica os crimes, mas que talvez justifique a falta de punição.
Nos dois casos, os autores seguem livres para que possam vitimar outras mulheres.
Redação TV Paraguaçu